A cirurgia dos olhos requer que o médico tenha alta destreza nas mãos para garantir que o manuseio dos delicados tecidos oculares seja hábil e preciso. Assim, se os cirurgiões dispusessem do auxílio de robôs, isso certamente seria de grande valia para aumentar a segurança do procedimento. A robótica também tem potencial de ajudar no acesso a centros cirúrgicos remotos onde não há tecnologia ou profissionais de ponta.
Mas afinal, já existe cirurgia ocular em humanos sendo feita por robôs?
A resposta é sim, mas a técnica está em etapa de validação através de estudos clínicos.
Inclusive, a Dra. Marina Roizenblatt, médica oftalmologista da clínica Roizenblatt acaba de retornar dos Estados Unidos após concluir o programa de “Pos-doctoral Research Fellowship” na área de uso da robótica aplicada à cirurgia de retina. Tal experiência só foi possível graças ao grande apoio que recebeu do IPEPO e da Fund. Lemann. Segue abaixo foto de um dos experimentos do qual participou.
Com relação às cirurgias da parte da frente do olho, o robô Da Vinci já foi usado em experimentos em animais para dar pontos na córnea, fazer alguns passos da cirurgia de catarata e tirar pterígio. Falando agora da cirurgia de retina, uma característica chave é que muitos dos aspectos desafiadores desse grupo de procedimentos ocorrem além dos limites fisiológicos das mãos humanas. É um espaço pequeno e fechado que não tolera erros.
Esse tema é algo muito novo e que está sendo estudado apenas nos centros oftalmológicos mais avançados do mundo. Em 2018, um grupo de cientistas de Oxford descreveu o primeiro estudo em humanos de segurança da cirurgia robótica para operar a retina. Eles tiraram uma fina membrana da parte da frente da retina de 12 pacientes. Os casos operados por robô ou pela técnica tradicional foram igualmente bem-sucedidos.
Não há dúvidas de que haverá grande melhoria cirurgia ocular quando houver ampla disponibilidade do uso de robôs para capacitar o cirurgião de uma precisão sobre-humana. O crescimento da tecnologia robótica aplicada à cirurgia oftalmológica promete expandir as opções de tratamento, reduzir as taxas de complicações e criar o potencial para tratar condições que previamente não dispunham de soluções concretas.
Dra Marina Roizenblatt durante experimentos com robô na Universidade Americana Johns Hopkins