Confira agora a entrevista que a Dra. Marina Roizenblatt deu ao Portal da Trevoo sobre “Visão na Terceira Idade”.
Prevenção precoce pode reduzir problemas que afetam a visão na terceira idade.
A degeneração macular é uma das doenças oculares que mais acomete os idosos.
Com o envelhecimento da população, algumas especialidades médicas vêm ganhando maior importância, como é o caso da Oftalmologia. São diversas as doenças oculares que podem acometer os idosos, mas vale um destaque à condição chamada degeneração macular relacionada à idade (DMRI), tida hoje como a principal causa de piora severa da visão dentre pessoas acima de 50 anos. Neste contexto, são inúmeras as consequências negativas na qualidade de vida secundárias à baixa acuidade visual. Vale citar o aumento do risco de quedas e acidentes domésticos, a diminuição da autonomia e a deterioração da saúde mental.
Para entender o assunto, é importante explicar que mácula é o nome dado à parte central da retina. Retina, por sua vez, é o nome da camada que reveste internamente a parede posterior do olho. Ela é responsável por transformar os estímulos luminosos captados pelo olho em estímulos nervosos. Tais impulsos nervosos são então conduzidos até o cérebro pelo nervo óptico. Isso nos possibilita enxergar o mundo que nos cerca. No que se refere à DMRI, esta é uma patologia relacionada ao envelhecimento das células que compõem a mácula e, em geral, os pacientes com esta condição reclamam de não enxergar bem na parte central do seu campo visual.
COMO DIMINUIR O RISCO DE SE TER DMRI
A literatura aponta para alguns fatores que aumentam o risco de uma pessoa apresentar a doença. Para diminuir a chance de um dia vir a ter a DMRI, é importante evitar o tabagismo, usar óculos escuros em ambientes ensolarados, manter um controle constante de doenças cardiovasculares e adotar uma dieta saudável no dia a dia. Porém, a dica de ouro é manter uma rotina de visita periódica ao oftalmologista, de modo que o paciente seja submetido a um exame oftalmológico completo, o que inclui o mapeamento de retina, pelo menos uma vez por ano. Só assim, será possível o diagnóstico precoce do aparecimento de uma eventual DMRI, de modo a evitar, ou pelos menos minimizar, os impactos da doença na qualidade visual do individuo.
OUTROS PROBLEMAS DE VISÃO NA 3ª IDADE
As pessoas de mais idade também estão sujeitas a apresentar outras doenças da retina. Entre elas, a retinopatia diabética e a retinopatia hipertensiva. Diabetes e hipertensão estão entre as doenças mais comuns nas populações dos países desenvolvidos e a sua prevalência aumenta com a idade. Ambas comprometem o funcionamento normal dos vasos sanguíneos da retina, causando deformidades, extravasamento de líquido e hemorragias. Isso é um reflexo do que está acontecendo nos vasos sanguíneos dos demais órgãos do corpo daquele paciente, como no coração, rins e cérebro. Estas retinopatias se instalam devagar e muitas vezes os seus sintomas não são percebidos no início da doença. Porém, as fases tardias de ambas as patologias costumam cursar com embaçamento visual ou cegueira em casos mais severos. Novamente, no caso das retinopatias diabéticas e hipertensivas, também é fundamental manter as doenças de base sob controle, com visitas regulares ao oftalmologista e ao médico responsável pelo controle do diabetes e da hipertensão.
Um envelhecimento com manutenção da qualidade de vida requer cuidados adicionais com a saúde, e a ocular não foge a esta regra. A retina é um tecido nobre que exige atenções redobradas na 3ª idade. Afinal de contas, ter uma boa visão é fundamental para que se desfrute com qualidade a tão esperada melhor idade.
O OLHO
“Olho” é o nome dado ao órgão que possibilita o recebimento de imagens e a conversão delas em sinais elétricos, para que sejam posteriormente interpretadas pelo cérebro. Em linhas gerais, o olho humano é composto das seguintes estruturas:
Conjuntiva: uma fina membrana que recobre externamente a parede ocular e internamente as pálpebras.
Córnea: tecido transparente que forma a parede anterior do olho. Além da função protetora, desempenha um papel fundamental na formação das imagens.
Esclera: corresponde à “parte branca” do olho, presente ao redor da córnea. Tem a função de manter o formato redondo do globo ocular.
Íris: é a parte colorida do olho e sua função é controlar os níveis de luz que entram no olho, assim como faz o diafragma de uma câmera fotográfica.
Cristalino: lente transparente e flexível que fica dentro do olho e tem a função de regular o foco dos objetos, mecanismo conhecido como acomodação visual.
Retina: camada que reveste internamente a parede posterior do olho, responsável por transformar os estímulos luminosos captados em estímulos nervosos.
Nervo óptico: responsável por transmitir o impulso nervoso originalmente gerado pelos raios luminosos que adentram a cavidade ocular até o cérebro.
MEDICINA E ENVELHECIMENTO
O envelhecimento da população mundial é um fato. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que o número de pessoas com mais de 65 anos já ultrapassa a faixa populacional daqueles com menos de cinco anos de idade em todo o mundo. Segundo a ONU, tal fenômeno decorre principalmente dos baixos índices de natalidade e do aumento da expectativa de vida da população global secundário à melhoria dos sistemas de saúde. Com isso, surgem novos desafios para a medicina, que precisa agora melhor compreender as mudanças do corpo humano inerentes ao avançar da idade e desenvolver estratégias de prevenção para evitar o adoecimento dos idosos e o aparecimento de doenças características da 3ª idade.
Mais informações sobre degeneração macular e outros problemas de visão podem ser obtidas com a Dra. Marina Roizenblatt.