Confira agora a matéria que a Dra. Marina Roizenblatt participou no Portal da SBT NEWS sobre “Volta às aulas: 5 sinais de que seu filho precisa consultar um oftalmologista”.
Especialista orienta quando é hora de buscar ajuda na retomada aos estudos; veja dicas:
Volta às aulas: O ano letivo começou nesta segunda-feira (30.jan) para grande parte dos estudantes. E é durante o período escolar que as habilidades visuais são mais exigidas. Por isso, é importante que tanto a família como os professores estejam atentos aos sinais de dificuldade com a visão das crianças na volta às aulas. Veja abaixo as dicas dadas por uma especialista sobre cinco sinais de alerta e que você precisa ir atrás de um oftalmologista.
No Brasil, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) estima que 30% do público infantil em idade escolar tem problemas refrativos, sendo a miopia um dos mais comuns. Cerca de 10% das crianças na faixa dos sete aos dez anos precisam usar óculos. No entanto, 80% nunca fizeram uma avaliação. Isso é um ponto de atenção para este momento de volta às aulas nas escolas brasileiras.
De acordo com a oftalmologista Marina Roizenblatt, médica oftalmologista especialista em Retina Cirúrgica e doutora pela Universidade Federal de São Paulo, não é necessário ter uma queixa ocular específica para agendar com o profissional. “A consulta oftalmológica vai além de apenas checar o grau, o objetivo maior é checar a saúde ocular para garantir que a visão não seja um aspecto limitante no aprendizado”, explica. Ela ainda reforça que se o aluno passou em uma consulta no último ano e, mesmo assim, chegar na sala de aula e perceber dificuldade para enxergar o que está na lousa, isso configura uma situação de alerta.
Sinais de atenção
A convite do SBT News, a oftalmologista Marina Roizenblatt elencou cinco sinais de que a criança precisa consultar um oftalmologista e se preparar para a rotina de estudos. Confira:
1. Olho desviado
Esta condição é conhecida como estrabismo e as causas podem ser diversas. A importância da consulta oftalmológica é primeiramente entender se há alguma doença ocular específica que tem causado tal desvio dos olhos. Além disso, o estrabismo por si só, pode prejudicar o desenvolvimento da visão, uma vez que é necessário que ambos os olhos estejam direcionados para o mesmo local para que a criança enxergue corretamente. Se não for tratado, o estrabismo pode levar à ambliopia, uma condição em que o olho desalinhado tem uma visão mais fraca na vida adulta.
2. Perda frequente de atenção
Este sinal pode vir acompanhado também de dificuldade para realizar atividades próximas ou de baixo rendimento escolar. Se seu filho estiver evitando ler, desenhar ou fazer outros projetos que exijam um foco próximo, a criança pode estar dando sinais sutis de que não está enxergando bem. Nesse caso, um simples óculos pode resolver todo o problema.
3. Alteração do reflexo vermelho
O nome técnico para esse sinal é “leucocoria”. Em termos práticos, é o nome dado à situação em que a pupila fica branca ao invés de preta. Isto pode ficar mais evidente quando é tirada uma fotografia com flash da criança. Este é um sinal de alarme e demanda uma consulta oftalmológica de urgência, pois, dentre outras coisas, deve-se descartar a presença de um retinoblastoma, o tumor ocular maligno mais comum da infância.
4. Trauma ocular
Bolada do olho, por exemplo, é uma situação que não é tão rara no ambiente escolar. Este e outros traumas demandam uma visita ao oftalmologista o quanto antes. Algumas vezes, o trauma pode ter causado uma lesão ocular na criança que não vai dar sintomas oftalmológicos num primeiro momento, mas se manifestará apenas após alguns dias ou semanas caso não seja adequadamente tratada. Uma doença ocular que deve ser descartada neste tipo de situação é o descolamento de retina, devendo o exame de mapeamento de retina ser realizado sempre perante a este cenário de trauma.
5. Olho vermelho
Este é um dos sintomas mais comuns no consultório oftalmológico e as causas podem ser diversas. Conjuntivite, uveíte e blefarite são alguns exemplos de condições oculares que podem deixar os olhos vermelhos. E, como pode-se esperar, o tratamento de cada uma dessas condições se dá de um modo distinto. O hábito de ir a uma farmácia comprar um colírio para “olho vermelho” é condenado pelos oftalmologistas. Os colírios não são todos iguais e o oftalmologista é a melhor pessoa para indicar o melhor modo de tratar cada tipo de olho vermelho que o seu filho pode vir a apresentar.
Quando iniciar a rotina de exames
Segundo Roizenblatt, a recomendação é que a primeira consulta seja realizada com até um ano de idade. Já a periodicidade dependerá da patologia diagnosticada em consulta. “Se não tem nenhum anormalidade, a recomendação é agendar uma visita ao oftalmologista por ano”, explica.